Mensagem de Ano Novo do Reitor da UFERSA Prof. Josivan Barbosa

Confesso que tenho dificuldades de elaborar uma mensagem de Natal e de ano-novo, talvez esteja ligada a forma simples como vivi até os nove anos de idade, numa casa de taipa de chão batido (barro vermelho) e portas de talo de carnaúba localizada na Beira da Lagoa do Apanha Peixe. 
Talvez um corte de arame farpado que sofri na testa aos três anos de idade quando ia tomar banho na Lagoa, tenha atrapalhado a minha sensibilidade para estes momentos Pode, também, ter contribuído para esta dificuldade as quedas que sofri do lombo de um jumento chamada rolinha, que sempre montávamos para ir tomar banho e catar frutos de quixaba no córrego. Penso, que pode também ter sido devido ao sol torrante a que fui exposto pastorando passarinhos nos plantios de arroz na Várzea da Lagoa. Fico imaginando se a frieza das madrugadas devido à falta de um lençol de saco de farinha não tenha contribuído muito... Ou as frieiras entre os dedos dos pés nos períodos do inverno pela falta de uma sandália japonesa... Às vezes vem o pensamento dos dias em que não tínhamos lá em casa se quer feijão velho do  fundo dos silos que era descartado pelos fazendeiros vizinhos. Será que influiu? A falta deste feijão fez com que minha mãe algumas vezes me mandasse ou mandasse Valmir e Alcivan pedir, com uma cuia, na vizinha Mariana. De novo, imagino... Mas a falta de uma rede para dormir pode ter interferido? Também não sei... As noites que acordava de madrugada se desdobrando para não cair pelo buraco da rede pode também ser uma justificativa ou mesmo as noites que não dormia para estender as redes para pescar traíra, piau, piranha, tucunaré ou curimatrã na Lagoa do Apanha Peixe... Mas será que foi a fadiga oriunda das idas e vindas a pé para Apodi e Felipe Guerra... E a falta de tecido de pano de açúcar para fazer os meus calções... E também a falta do uso de uma cueca até os 10 anos de idade... Pode também ter uma alguma relação... Em resumo, passaria páginas e páginas lembrando a minha infância, mas não me recordo de nenhuma noite de Natal... E agora o que dizer para as crianças de Apanha Peixe, Santana, Pacó, São Geraldo, Mariana, Itaoca, São Lourenço, Pindoba, Língua de Vaca e de tantas outras localidades que agora fogem da lembrança? Desejo que este novo ano que se inicia ilumine os pais para nunca desistirem de colocar os seus filhos na escola. Desejo também que a luz deste Natal e a esperança do ano-novo sirvam para iluminar o futuro dos nossos jovens,que eles enveredem sempre pelo caminho do bem... Que contribuam para uma Caraúbas de mais educação e menos violência... Uma Caraúbas mais justa e com mais oportunidades de inclusão social para as nossas crianças vulneráveis sócio-economicamente. Uma Caraúbas e um RN com homens públicos menos voltados para o 'umbigo'... Um Brasil parecido com o de LULA. Uma América Latina mais justa socialmente e menos vulnerável ao tráfico. Em fim, um mundo mais humano e mais de cada um...
UM ANO-NOVO CHEIO DE PAZ E QUE JESUS ABENÇOE TODOS OS CONTERRÂNEOS.
 Josivan Barbosa Menezes Feitoza.

Nota do Blog: O Reitor da UFERSA, Prof. Josivan, é um exemplo de determinação, superação, força de vontade, coragem e inteligência, é uma pessoa altamente capacitada, ao qual admiro e respeito muito. 

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